Para garantir a continuidade no desenvolvimento de uma modalidade desportiva, é necessária não só uma equipa principal que possua técnica madura, mas também uma indispensável equipa de reserva à equipa principal, de modo que o desenvolvimento das camadas mais jovens é tomado por muitas associações desportivas, como um dos trabalhos mais importantes a efectuar. Para melhor acolhermos os Jogos da Ásia Oriental 2005, promover o desenvolvimento do basquetebol em Macau e através de um treino sistemático, formar mais jovens basquetebolistas locais, a Associação Amadora de Basquetebol de Macau realizou em Março do ano passado uma acção aberta ao público, para seleccionar jovens que tenham grande interesse e talento para o basquetebol.
O basquetebol exige capacidade física, velocidade, força, resistência, agilidade, força de impulsão e flexibilidade, e a estatura constitui uma das condições físicas primordiais para ser um basquetebolista, e tendo sido esta última qualidade física, a condição de preferência, na actividade de selecção efectuada pela Associação. Após uma série de testes e provas, incluindo conteúdos de ordem técnica, sobre capacidade física (num total de oito testes para o sexo masculino e sete para o feminino), o júri composto por basquetebolistas qualificados e treinadores, num total de 25 elementos, seleccionou mais de 40 jovens, de idade compreendida entre os 15 e os 18 anos, sendo metade rapazes e metade raparigas.
As duas equipas de juniores começaram os seus treinos em Março do ano passado, três vezes por semana, sob a orientação do treinador Ma Chan Hong e seus assistentes Lei Mang Fong e Wong Wai Fong, sob a direcção de Wu Chong Fai, Vice Presidente da Direcção da Associação Amadora de Basquetebol de Macau. Depois de alguns meses de treino, a fim de testar o efeito do treino, a equipa junior masculina inscreveu-se no Campeonato Territorial da modalidade para a época de 2002-2003, desafiando outras equipas de níveis mais elevados. O empenho e o espírito competitivo que os nossos jovens demonstraram na disputa mereceram grande apreço do círculo desportivo. A equipa junior feminina recém constituída, participou no Campeonato Asiático Júnior de Basquetebol Feminino, sendo esta a primeira participação da equipa num evento desportivo internacional desta envergadura.
A participação da equipa feminina nesse grande evento desportivo internacional provocou divergência, há quem considera inadequada essa participação devido ao curto tempo em que a equipa foi formada, no entanto existe quem defenda que se deve aproveitar essa oportunidade para melhor conhecer em que posição se encontra a nossa equipa em relação às outras equipas asiáticas. A equipa feminina, que disputou nessa competição em Taiwan, obteve bons resultados. Não obstante as limitações técnicas que a equipa se encontrava, pois excepto a capitã de equipa Lo Man Si que iniciou a prática do basquetebol há dois anos, todas as outras tiveram contacto com a modalidade apenas quando foram integradas na equipa com um período de preparação não superior a um ano, conseguiram manter-se calmas durante as partidas, tendo vencido a Mongólia, conquistando o nono lugar, um resultado melhor do que o previsto. Sentimo-nos muito satisfeitos ao ver que, já no 4.o período do jogo, com cinco pontos de atraso, a selecção feminina de Macau não ficou desanimada, antes pelo contrário continuou os seus esforços e acabou por vencer a equipa da Mongólia, 73 contra 65. Trata-se na realidade da primeira vitória da nossa equipa feminina de basquetebol após a sua constituição. A equipa junior masculina, embora não teve ainda oportunidade de disputar as competições internacionais desta natureza, no entanto tiveram um bom desempenho nas suas disputas com equipas do exterior na Taça "Ano Novo Lunar".
O desenvolvimento do basquetebol juvenil começa a ter os seus resultados. Segundo Ma Chan Hong, treinador responsável pelas selecções, os atletas locais são amadores, que para conseguirem obter resultados terão que superar treinos exigentes com um certo nível de dificuldade, adquirir mais experiências da situação em jogo com outras equipas, no entanto, em termos de carga de treino encontram-se ainda a uma certa distância em relação aos atletas profissionais. A introdução deste tipo de programa de treino não foi fácil, o que se verificou no ano passado, no estágio de verão para as equipas de juniores, efectuado no Continente. Dado que a carga de treino aplicada aos atletas foi superior em relação à que estavam habituados, alguns sentiram indisposição física: tonturas, vómitos, outros que não conseguiram superar as exigências do treino esconderam-se no dormitório a chorar, os mais fracos pensaram em abandonar o programa. Mas, graças ao espírito de equipa e ao apoio mútuo, todas as dificuldades foram vencidas, e o desempenho que tiveram na competição mereceram grande apreço das equipas adversárias.
Relativamente aos problemas que existem nas equipas de juniores, Ma Chan Hong considera que, talvez por serem amadores, a exigência que o profissionalismo implica não tem para eles grande significado, torna-se fraca a consciência de lutar para uma honra colectiva, de assumir responsabilidades, de cumprir uma missão. Devido aos estudos e por outros motivos, alguns jogadores têm dificuldades em dedicar-se inteiramente aos treinos, são poucos os que conseguem ir a todas as sessões de treino, o que se reflecte na sua prestação motora quanto à obtenção de pontos, no contra-ataque e na concretização do lançamento da bola de três pontos; o treino básico e o tempo do treino são insuficientes. É necessário reforçar ainda a intensidade do treino, desenvolver a capacidade de corrida e a força.
Ma Chan Hong adiantou que, após alguns meses de treino, constatou que a comunidade local têm dado grande apoio e importância ao basquetebol, que é hoje uma das modalidades mais preferidas pelos jovens e adolescentes de Macau, e mediante a falta de tempo disponível, instalações e jogadores, propôs que atletas de diferentes grupos etários se juntem às equipas de juniores formando uma só equipa, que com a continuidade de um treino sistemático, aumentando o tempo e as sessões de treino, proporcionar mais oportunidades de competirem, elevando a intensidade de treino, o nível técnico e táctico, irá contribuir para o desenvolvimento da modalidade. Indicou ainda que, para superar a insuficiência do tempo de treino e da estatura física dos praticantes, é preciso reforçar o treino básico para desenvolver "truques" próprios, possuir técnicas próprias e criar um estilo próprio de disputa. Ma Chan Hong opina que, para superar a falta da estatura física, é preciso melhorar noutras qualidades como ter mais genica, força, velocidade, precisão, agilidade.
Após quase um ano de treino e competição no exterior, devido aos estudos e ao treino árduo, alguns jogadores acabaram por abandonar o basquetebol, de modo que nas equipas juniores de basquetebol existem hoje apenas 17 jogadores, dos quais oito são do sexo feminino. A este respeito, Wu Chong Fai disse que o desenvolvimento do basquetebol juvenil muito depende do grande apoio do Instituto do Desporto e dos clubes filiados, em mandar mais jovens com talentos para a Associação. A Associação Amadora de Basquetebol de Macau irá realizar este ano, uma actividade para seleccionar jovens com potencialidade, a fim de poder dar continuidade ao desenvolvimento do basquetebol juvenil.
O desporto pode reforçar o espírito competitivo e a persistência do indivíduo, e o basquetebol, como uma modalidade colectiva, contribui para o desenvolvimento de espírito de equipa, algo muito favorável ao crescimento dos jovens e adolescentes. Por isso podem pensar em inscrever-se nesta actividade de selecção organizada pela Associação Amadora de Basquetebol de Macau, e pais e professores podem também convidar seus filhos ou alunos a participarem nesta iniciativa.